Filosofando um pouco, eu diria que a prática musical nos ensina coisas interessantes que se aplicam em vários campos da vida. Uma delas é sobre a nossa reação quando erramos.
Na Música, um erro fica no passado, literalmente. O erro já aconteceu, e cabe ao musicista concentrar para que aquilo que acabou de acontecer não o distraia, pois isso sim provavelmente causará um erro no futuro.
O aluno iniciante que ainda não entendeu esse conceito costuma errar, parar a música, e tocar de novo para corrigir o erro. Mas nesse caso acontecem dois erros ao invés de um. Aquele primeiro que ia acontecer de qualquer jeito, e o segundo que foi atrasar a música para tocar aquele trecho que não foi perfeito.
Isso é como um juiz de futebol, que quando descobre que marcou um penalti equivocadamente, acaba marcando um penalti inexistente para o outro time para compensar. Pode até parecer justo, mas tecnicamente isso significa que o juiz errou duas vezes, ao invés de só uma.
E, no caso da Música, não existem dois times. Não existe compensação ou comparação. Mais um motivo para não errar duas vezes.