Aprendendo o esqueleto de um solo

Ricardo LaudaresImprovisação, Prática Musical

Tirar um solo, o mais próximo do original, com todas as notas corretas, é um grande aprendizado. Eu recomendo muito. 

Mas em alguns casos não é possível fazer isso. Pode faltar tempo hábil para aprender o solo, ou talvez o músico ainda não tenha técnica o suficiente para tocar as partes mais rápidas. Ou talvez, a ideia seja simplesmente aprender o solo de maneira mais solta, sem ser igualzinho. 

Nesse caso, eu recomendo tirar o solo da mesma forma que meus professores me ensinaram a fazer prova do vestibular. Pulando as questões mais difíceis. 

Funciona basicamente assim: Vá pegando trecho por trecho, e sempre que vier uma parte muito complicada você pula para a próxima. Faça isso até acabar o solo.

Depois de acabar esse processo toque junto com o solo, ficando em silêncio nas partes que não tirou. 

Depois que isso ficar consistente é possível improvisar nas partes que não tirou. A ideia é tentar entender qual material foi utilizado (por exemplo, uma escala pentatônica) e tocar do seu jeito imitando o ritmo e e o contorno melódico (foi grave, ou pro agudo?).

Dedicar semanas ou meses para uma única música é um grande aprendizado. Mas pegar várias músicas de maneira mais solta, também é. Não é a toa que muitos músicos falam que uma das melhores escolas é tocar em Banda Baile, que tem um repertório de mais de 4 horas, e é constantemente atualizado. O músico tem que ser muito eficaz para tirar as músicas, e não é possível pegar todos os detalhes.