Eu me considero uma pessoa competitiva, e em muitas áreas mais competitivo do que eu gostaria de ser. Mas mesmo assim, acredito que tem outras áreas que sou relativamente pouco competitivo.
Videogames por exemplo. Na minha infância e adolescência eu percebia que alguns amigos ficavam extremamente putos quando perdiam, ou quando ficavam emperrados em alguma fase de um jogo. Comparado a eles minha frustração nesse tipo de situação era bem menor.
Pois bem. Dando aulas de Música a tantos anos eu percebo que cada pessoa tem um nível diferente de frustração quando erra ou não consegue fazer alguma coisa. Alguns são bem exagerados, outros são bem tranquilos…
Só que existe uma diferença fundamental entre jogos de videogames e a Música. Nos jogos, muitas vezes a frustração vem numa hora que o jogo está pausado. Por exemplo, o personagem morreu, a partida acabou, etc… Logo ficar frustrado não atrapalha a performance naquele instante. Já na Música é exatamente o contrário. Um erro normalmente acontece no meio da música, e não no final, logo essa frustração atrapalha a performance dali pra frente.
Controle da frustração é importante em todos os casos, e acho que é algo que todos deveríamos tentar melhorar. Mas no caso da Música é importante salientar que não há tempo para se lamentar, porque a próxima nota não deve esperar para ser tocada.