Um professor que é eclético tem mais ferramentas para dar aula para um público diverso. Isso porque ter um grande repertório ajuda na sua capacidade de sugerir músicas que possam agradar e motivar seus alunos. Além disso, quanto mais músicas se aprende, mais rápido e eficientemente se aprendem novas músicas, portanto, outra ferramenta que ser eclético fornece é aprender com velocidade uma música que o aluno te pediu na hora da aula.
Mas na minha opinião, ser eclético é uma qualidade que vai além do aspecto didático. Extrapola para um nível emocional. Eu por exemplo, sou um professor eclético. É frequente que, ao tocar com meus alunos músicas dos mais variados estilos, eu fique literalmente empolgado! Uma música que tinha muito tempo que eu não tocava, ou que me trás nostalgia; uma música diferente; uma música que nunca tinha tocado no violão; uma música legal de cantar… Vários motivos possíveis para achar tão legal, e ao tocar junto com o aluno, transmitir essa empolgação, que definitivamente, foi sem querer. E isso só acontece com frequência porque sou eclético.
É claro que isso não acontece sempre. E claro que ser profissional é justamente o contrário, fazer um bom trabalho mesmo quando não se está empolgado. É como meu ídolo Seth Godin diz: um cirurgião é um profissional. Eu quero que ele realize uma excelente cirurgia em mim mesmo no dia que ele acordar desanimado, brigar com a esposa, etc…
Mas tirando esse lado do profissionalismo, é interessante pensar que ser eclético aumenta as possibilidades de situações com emoções positivas, e, ao mesmo tempo, diminui a possibilidade do contrário. Isso porque uma pessoa que gosta de muitos tipos de música consequentemente tende a ter menos músicas que lhe causam aversão. Para alguns professores rockeiros por exemplo, ter um aluno que gosta de sertanejo deve ser um martírio. Talvez eles nem devessem aceitar alunos desse repertório se for esse o caso. Todos sairiam ganhando.