Às vezes quando vemos alguém bocejando acabamos por bocejar em seguida, sem querer. Eu não sei se tem a ver, mas talvez seja por causa dos neurônios espelho.
Bom, o fato é que eu já me percebi várias vezes fazendo algo semelhante nas aulas. Eu toco junto com meus alunos olhando atentamente para as suas mãos, e às vezes, quando eles vão pro acorde errado, eu acabo indo por reflexo pro mesmo acorde.
Isso tem algumas implicações didáticas. A primeira é:
Se sou influenciado pela mão do aluno, o contrário pode ser verdadeiro. O aluno tem que aprender a tocar olhando pra mão do professor, pra que isso seja mais uma fonte de informação quando ele toca junto com outras pessoas. Uma ideia de exercício que eu ainda quero testar é tocar uma música junto com o aluno que ele não sabe tocar e pedir para ele siga os acordes apenas vendo minha mão. Essa é uma prática super comum no mundo real, quando as pessoas tocam junto com as outras em rodas de violão por exemplo.
A segunda implicação é: Depois que o aluno pega o jeito de tocar espelhadamente junto com o professor, é interessante tirar essa “muleta”. Um bom jeito é o professor tocar acordes em outras regiões. Assim, olhar pro professor pode até confundir. Nesse caso o aluno tem que ter domínio do que toca, e não depender de consultar o professor para conferir se está certo.