Está chegando a confraternização dos meus alunos desse ano, e por isso tenho conversado com eles sobre a escolha da música que eles vão apresentar ao vivo nesse evento. Mais especificamente, tenho conversado sobre qual nível de dificuldade essa música deve ter.
Normalmente, dentre as músicas mais recentes que o aluno está estudando tem pelo menos uma cujo nível técnico é bem difícil para ele. O estudo dessa música tem justamente o objetivo de desenvolver sua habilidade técnica.
Se dermos uma nota 10 para o máximo de técnica que o aluno tem no momento, essa música seria nota 10, ou às vezes 11, 12…
Numa apresentação, eu recomendo que o aluno escolha uma música de dificuldade técnica 8, 7 ou 6.
Numa apresentação há vários elementos que podem interferir numa performance que demande os 100% de técnica que o aluno tem, como as possibilidades de: ficar um pouco tenso com a exposição ao público; acontecer algum problema técnico no som; estar sentado desconfortavelmente; não enxergar bem as suas anotações; dentre muitas outras possibilidades. Por isso é bom ter uma margem. Se o aluno está se sentindo tranquilo para se apresentar, ele pode escolher uma música nota 8. Se está mais ansioso, melhor uma nota 6.
Por outro lado, eu não recomendaria escolher uma música nota 2 ou 3. A não ser que seja uma música que o aluno gosta muito e faz questão de apresentar por esse motivo. Se não for esse o caso, é interessante apresentar uma música que tenha um desafio técnico maior.
Dessa forma, essa apresentação servirá também como um retrato do estágio que o aluno se encontra atualmente. Depois de alguns anos ele poderá assistir a gravação e lembrar: “nossa, naquela época eu estava aprendendo isso, já conseguia tocar X, ainda não sabia tocar Y…”
Acho muito legal ver gravações de apresentações minhas antigas. Dá pra ao mesmo tempo perceber a minha evolução técnica, e também sentir orgulho do que eu já conseguia fazer lá atrás…