Jogar futebol \u00e9 bom pra emagrecer; estudar t\u00e9cnica vocal \u00e9 bom para falar em p\u00fablico; tocar um instrumento \u00e9 bom para o c\u00e9rebro e para a mem\u00f3ria; fazer teatro \u00e9 bom para combater a timidez; etc, etc, etc…

Todas essas atividades podem ser boas por si s\u00f3, e podem ser boas para outras coisas que est\u00e3o indiretamente relacionadas. Quando eu quero aprender M\u00fasica simplesmente porque quero aprender M\u00fasica isso \u00e9 um motivo intr\u00ednseco. Quando eu quero aprender M\u00fasica porque eu vou melhorar uma outra habilidade como efeito colateral, isso \u00e9 um motivo extr\u00ednseco.

Motivos extr\u00ednsecos podem aparecer em dois momentos. Vamos supor que a pessoa sempre teve vontade de aprender viol\u00e3o. E a\u00ed ela come\u00e7a a aprender e percebe que aquilo vai al\u00e9m do instrumento. Que ao praticar ela se conhece melhor, lida melhor com seu perfeccionismo, ou desenvolve sua paci\u00eancia. Ela percebe que tocar faz bem para descansar a mente, como uma medita\u00e7\u00e3o… Ou quem sabe, ela l\u00ea que praticar M\u00fasica faz pro c\u00e9rebro… Nessa primeira situa\u00e7\u00e3o ela come\u00e7ou por motiva\u00e7\u00e3o intr\u00ednseca, mas agora ela tem motivos extr\u00ednsecos para continuar sua pr\u00e1tica. Dito de outra forma, ela tem mais motivos para continuar investindo no aprendizado do instrumento.

E \u00e0s vezes acontece o contr\u00e1rio. A pessoa resolve aprender um instrumento porque acredita que isso lhe trar\u00e1 outros benef\u00edcios, que n\u00e3o simplesmente o prazer em tocar.\u00a0

Isso aconteceu comigo quando resolvi fazer aulas de dan\u00e7a<\/a>. O gatilho para come\u00e7ar foi que eu acreditava que dan\u00e7ar iria melhorar o meu senso r\u00edtmico, uma vez que eu teria que traduzir o meu conhecimento de m\u00fasica para o corpo.\u00a0

\u00c9 importante ressaltar que esse foi apenas o gatilho. O que me manteve nas aulas de dan\u00e7a por algum tempo, e o que me faz ter vontade de dan\u00e7ar at\u00e9 hoje \u00e9 o motivo intr\u00ednseco. Eu gosto de dan\u00e7ar! (N\u00e3o sou muito bom, mas eu gosto!).

Eu acredito que um motivo extr\u00ednseco n\u00e3o se mant\u00e9m por muito tempo sozinho. Ele ajuda. Ele pode vir como gatilho pra come\u00e7ar, ou para dar mais raz\u00f5es para fazermos alguma coisa. Mas a atividade em si precisa nos dar alguma motiva\u00e7\u00e3o, do contr\u00e1rio \u00e9 muito dif\u00edcil sustent\u00e1-la. <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Jogar futebol \u00e9 bom pra emagrecer; estudar t\u00e9cnica vocal \u00e9 bom para falar em p\u00fablico; tocar um instrumento \u00e9 bom para o c\u00e9rebro e para a mem\u00f3ria; fazer teatro \u00e9 bom para combater a timidez; etc, etc, etc… Todas essas atividades podem ser boas por si s\u00f3, e podem ser boas para outras coisas que est\u00e3o indiretamente relacionadas. Quando eu … <\/p>\n