Durante a faculdade de Música eu fiz um intercâmbio para os Estados Unidos, onde pude estudar um pouco de Jazz. Na cultura do Jazz é importante que os músicos conheçam um repertório padrão, conhecidos como “Standards”, de maneira que um saxofonista americano, um percussionista africano, um tecladista japonês e um violonista brasileiro possam tocar várias músicas sem nunca terem se conhecido antes e até sem precisar se comunicar no mesmo idioma.
Por isso, meu professor nos EUA me disse que eu tinha que ter uma lista, com 3 colunas:
A coluna da direita tem as músicas que eu domino completamente – que eu sei tocar acordes e melodia em todos os tons, sei improvisar, etc…
A coluna do meio tem músicas que eu já toquei, que eu sei algumas coisas de cor, mas que eu ainda não domino tão bem como na primeira.
E a coluna da esquerda tem as músicas que eu ainda não sei mas preciso aprender, porque são desse repertório comum.
O objetivo da lista é mover, ao longo do tempo, as músicas da direita pra esquerda. É começar a aprender as músicas que ainda não sei nada, e trabalhar aquelas que eu domino pouco para ter um bom domínio, e ficarem completamente memorizadas.
Eu não tenho nenhum aluno que toca jazz, mas eu uso essa ideia da lista com eles também. No meu caso eu não parto de um repertório comum, mas do repertório que o Aluno tem o objetivo de aprender.
Na coluna da direita estão todas as músicas que ele quer aprender. Na do meio estão aquelas que ele já tocou, ou consegue tocar lendo cifras, ou com algum treino para relembrar as partes mais complicadas. E na da esquerda estão as músicas que ele sabe de cor. As músicas que se ele está com o violão em mãos, e alguém pede para ele tocar, ele escolhe uma dessa lista e toca, com fluência, com desenvoltura.
E aí, como vai ficar sua lista?