Riff de Sweet Child O’Minne

Ricardo LaudaresPrática Musical, Técnica

O riff/solinho inicial de Sweet Child O’Minne foi uma das primeiras coisas que eu sonhei tocar. Estava nas minhas primeiras aulas de violão quando vi meu professor tocá-lo e perguntei com brilho nos olhos:

“Quanto tempo eu vou demorar para conseguir fazer isso??”

Na minha lembrança, foi mais rápido do que eu imaginava. Claro que quando eu consegui, possivelmente foi tocando um pouco mais lento, e um pouco mascado. Mas enfim, valeu a pena, porque ver aquilo me empolgou para treinar, e me ajudou a desenvolver habilidades técnicas precocemente. Foi uma ótima experiência no sentido de imaginar que algo é muito difícil, e com a prática descobrir que não era tanto.

Eu sou um professor que quase sempre pensa o caminho mais progressivo para o aluno desenvolver habilidades, mas por outro lado eu acho ótimo quando o aluno tem o desejo de tocar uma coisa difícil e encara o desafio mesmo ainda estando distante de conseguir. Esse é o caminho que muitos músicos populares e autodidatas seguiram. Não tinha ninguém para falar que a sua música preferida deveria esperar algumas mais fáceis antes. 

Uma curiosidade sobre esse solo. O Slash criou esse riff como exercício para praticar palhetada alternada com salto de corda. Segue o trecho de uma entrevista dele sobre isso:

“Eu acho muito irônico e hilário que o riff (de Sweet Child O’Minne) se tornou uma música, ainda mais uma de tanto sucesso. O riff surgiu de um exercício despretensioso, que eu ficava tocando de bobeira toda vez que pegava a guitarra.Praticar exercícios não é o meu forte, então eu crio coisas que são difíceis de tocar, pois assim eu consigo melhorar minha habilidade”.Tradução livre minha, retirado da entrevista com o Slash no site:
https://www.guitarworld.com/artists/dear-guitar-hero-slash-interview

Na entrevista ele também conta que esse riff foi difícil de gravar, que ele fez mais tentativas do que de costume, mesmo sendo algo que ele praticou por anos antes de ir pro estúdio.

Se a música é Fácil ou difícil nem sempre é a melhor pergunta. Às vezes é: o que você sonha em tocar?