Essa prática normalmente acontece a partir de materiais didáticos, no entanto é possível encontrar músicas reais para fazer algo semelhante. Quem me apresentou essa ideia foi o professor de Bateria, André Limão. Ele deu como exemplo o disco do Lenine chamado Olho de Peixe. Esse disco é gravado apenas com violão e percussão. Logo, não existe um arranjo de bateria para as músicas, mas é possível criar uma linha de bateria e tocar junto com os áudios, complementando assim o arranjo original.
O mesmo é possível fazer com uma música que não tem o seu instrumento, mas que caberia ter. Algumas que eu já usei em aula recentemente são:
Faz um Milagre em Mim – Regis Danese – link Youtube
Impossible – Acoustic – James Arthur – link Youtube
O arranjo dessa primeira começa apenas com piano. Um piano com muitas notas longas e algumas frases melódicas preenchendo os espaços. Nesse caso, um violão com uma levada constante complementa bem o que o piano toca. Além de resultar em um novo “arranjo” pra música, é interessante que essa prática exige consciência e precisão rítmica por parte do violonista, para não sair de sincronia do piano, que não tem o ritmo tão marcado.
A segunda música tem piano e violão, mas esse último está num volume bem mais baixo que o do primeiro, o que faz com que ao tocar o violão junto com a gravação sobressaiam o som do piano da gravação e do violão ao vivo.
Eu tenho o costume de fazer gravações do que eu ensinei nas minhas aulas de violão para os alunos tocarem junto. Nesse caso o aluno e a gravação tocam exatamente a mesma coisa. Se o aluno erra dá pra perceber pelo contraste entre os dois sons. Já no caso dos playalongs do mundo real, a ideia é tocar junto com uma gravação na qual o seu violão faz uma coisa distinta do que os outros instrumentos da gravação fazem, treinando assim a sincronia de tocar uma coisa e ouvir outra que é diferente, mas complementar.