Dedilhados, batidas e dinâmica na Música

Ricardo LaudaresPrática Musical

Quando ouvimos um show acústico, sem percussão nem bateria podemos não sentir tanta falta destes. Mas vamos supor que no meio do show viesse um baterista convidado. A música ia aumentar a dinâmica, e se ele saísse em seguida, sentiríamos muita falta da bateria. As músicas seguintes ficariam um pouco sem graça.

Uma relação de dinâmica semelhante acontece quando tocando um único violão, alternamos de dedilhado para as batidas (aquelas que pegam todas cordas do violão, pra baixo e pra cima, etc) . A música cresce, mas se voltar pro dedilhado ela cai muito.

Portanto, muitas vezes que eu quero treinar dedilhado com um aluno eu organizo o arranjo da música começando com um dedilhado, e numa determinada seção que eu quero que a música cresça, como um refrão, ou quando a música se reinicia, eu passo para a batida. E normalmente eu não volto pro dedilhado, a não ser que a música peça uma caída na dinâmica.

Crescer a dinâmica não requer muita preparação, então quase sempre essa transição funciona. Já diminuir a dinâmica requer preparação. Se não for feito com cuidado, no lugar certo e do jeito certo, fica esquisito.